Equidade foi o tema do primeiro Café GOYN SP

Realizado no dia 5 de março, o evento inaugurou um espaço virtual de conversa para convidados, convidadas e participantes da rede GOYN SP. O objetivo é compartilhar conhecimentos e experiências relacionados a temas essenciais à atuação da rede GOYN SP pela inclusão produtiva das juventudes. 

O primeiro Café GOYN SP abordou o fomento da equidade de gênero e raça, especialmente entre os diferentes grupos que atuam na rede colaborativa do GOYN SP. Ou seja, fortalecer a temática de dentro para fora, já que ela é transversal a todas as ações do GOYN SP e deve refletir nos resultados das iniciativas.

Para abrir o diálogo, foram convidadas duas mulheres-referência no assunto. Monique Miles é Vice-presidente do Aspen Institute, Diretora Administrativa do Opportunity Youth Forum do Aspen Institute nos EUA. Ela lidera um fundo nacional de apoio a comunidades, dentro e fora do país, para reunir lideranças de diferentes áreas no redesenho dos setores da educação e do emprego para que sejam mais equitativos e justos.

Viviane Soranso é psicóloga e ativista social. Ela atua na Fundação Tide Setubal como coordenadora do Programa de Raça e Gênero e na implementação do Comitê de Diversidade e Inclusão da FTAS. É coautora da obra “Mundo Jovem”.

Ambas compartilharam suas vivências com relação à equidade nas suas instituições, dando subsídios à implementação do Comitê de Equidade de Raça e Gênero do GOYN SP, liderada por jovens-potência do Núcleo Jovem.

Na primeira parte da conversa, as duas convidadas traçaram o cenário de suas realidades. Nos EUA, onde o racismo estrutural é uma realidade construída durante a história do país, “queremos garantir que os recursos sejam distribuídos de acordo com as necessidades dos diferentes grupos excluídos. Portanto, nossos parceiros são orientados a usá-los de forma equitativa nos seus programas, de acordo com o histórico das comunidades. Para isso, é preciso estabelecer objetivos e estratégias específicos para jovens negros, índios e latinos”, explicou Monique Miles.

Viviane Soranso contou como a questão da equidade tomou forma nas equipes da Fundação Tide Setubal, de forma gradual e com base na realidade que se apresentava a cada momento da história da instituição: “A coordenação começou a focar nas suas equipes para poder estruturar projetos que promovessem a equidade junto aos públicos-alvo. Negros e negras das equipes que atuavam diretamente com a população atendida foram remanejados e remanejadas para postos de gestão. Também foram garantidas a participação de pessoas negras nos conselhos da Fundação. O Comitê de Diversidade e Inclusão teve como missão aprofundar esse olhar para dentro. Definimos os princípios e compromissos de equidade e sensibilizamos os profissionais de todos os níveis hierárquicos.”

Na segunda parte do encontro, os participantes do Café GOYN SP foram divididos em grupos para dialogar sobre a questão da equidade, com base em duas perguntas: 1. Quais são os principais desafios para fomentar ambientes mais inclusivos, com foco na equidade?; 2. Como enfrentar esses desafios?

Nas plenárias, várias contribuições trazidas pelos participantes puderam aquecer a conversa e indicar alguns caminhos. Por exemplo, como envolver as lideranças das instituições no tema. Uma das alternativas é convidá-las a fazerem parte do Comitê de Equidade, dando-lhes a oportunidade de atuarem com temas com os quais se identificam. 

Outra ideia compartilhada foi a importância do letramento sobre equidade para toda equipe, partindo de uma sensibilização para depois seguir com uma formação que responsabilize a todos e todas que atuam pela causa das juventudes. A estruturação de uma política de equidade, com princípios e compromissos, é outra iniciativa importante que promove e fortalece a temática nas instituições.

No final do encontro, Monique Miles reforçou que uma nova postura sobre equidade é uma conquista pessoal, antes mesmo de se tonar uma causa assumida pelo grupo: “Por isso o avanço é lento e pode levar gerações. Mas não desanimem. Cuidem dos outros, de si, compartilhem ideias e coloquem os jovens no centro das soluções.”

Quer saber mais sobre as ações que o GOYN SP vem realizando? Acesse o relatório de atividades de 2020 aqui.