Na semana do Meio Ambiente, voluntários da United Way na Monsanto organizam palestra sobre reciclagem, e-lixo e Rio+20

Preocupados com a sustentabilidade do planeta, voluntários da United Way Brasil que trabalham na sede da Monsanto em São Paulo promoveram na última sexta feira, 15, um café da manhã em homenagem ao meio ambiente. Nos últimos 4 anos, a empresa realizou 45 projetos de sustentabilidade, como a iniciativa pioneira de eliminar 27 mil copos de plásticos de sua sede.

O foco das palestras realizadas no café da manhã foi a diminuição da quantidade de lixo produzido pela sociedade, bem como a importância da reciclagem. “A produção de lixo na cidade São Paulo é de 1,5 kg de lixo ao dia por pessoa. Se esses resíduos fossem empilhados em apenas um dia, atingiria a altura de um prédio de 34 andares”, alerta Patrícia Blauth, especialista em resíduos há 25 anos.

Segundo a especialista, é necessária uma mudança de cultura na sociedade, do consumo descartável para o consumo durável, evitando o desperdício. “Para mudarmos essa realidade, é necessário seguir os princípios da reciclagem: Reduzir, Reutilizar e Reciclar”, afirma Patrícia.

Evitar o desperdício, e consequentemente diminuir a quantidade de lixo, ajuda a preservar um recurso essencial para a vida: a água, que está intimamente ligada à produção de alimentos. Cerca de 70% da água utilizada é destinada a produção de comida. “Para cada quilo de batata, é necessário 500 litros de água, então ao jogá-la fora, você estará desperdiçando junto uma grande quantidade desse recurso água”, afirma Patrícia.

E-lixo

Com o aumento da produção de eletrodomésticos e produtos de informática nos últimos anos, pode-se observar um grande crescimento do chamado e-lixo, que são os resíduos eletrônicos, perigosos ao meio ambiente e ao homem, proveniente desses utensílios. Somente no último ano, foram produzidas 130 mil toneladas de lixo eletrônico por dia no Brasil.

Pensando na reutilização desses componentes eletrônicos, a Coopermiti firmou convênio com a prefeitura de São Paulo para fazer a triagem e reciclagem do e-lixo. Fundada em 2010, conta com 22 cooperados, e tem capacidade para processar cerca de 300 toneladas de lixo por dia, e é a primeira e única cooperativa que faz essa atividade na capital.

“É muito difícil recuperar alguma coisa em resíduo eletrônico, 98% dos componentes dos lixos que recebemos é descaracterizado, separado em partes e as peças são destinadas para a indústria”, revela Alex Pereira, diretor presidente da Coopermiti. www.coopermiti.com.br

Histórico da Rio + 20

Realizada neste mês, a Rio + 20, conferência organizada pela ONU (Organização das Nações Unidas), discutiu os novos rumos da preservação do meio ambiente, e a chamada economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável. Essa, porém, não foi a primeira tentativa de reunir diversas nações para debater sobre o tema, como explicou a Ana Claudia da Silva, advogada especialista em direito ambiental.

No início da década de 60 iniciaram-se os primeiros movimentos ambientalistas no mundo. Porém, somente em 1972 foi realizado o primeiro debate com chefes de governo sobre sustentabilidade, ocorrido em Estocolmo. Durante essa conferência foi discutido o crescimento populacional como um problema ambiental.

Há 20 anos, aconteceu também na cidade do Rio de Janeiro a chamada ECO 92, que teve como foco o desenvolvimento sustentável. O problema da pobreza e a escassez da água foram alguns dos assuntos discutidos. “Vinte anos depois, parece que pouca coisa mudou entre a ECO 92 e a Rio + 20 em relação do que foi passado como objetivo, parece que há uma involução”, explica Ana Claudia.