Coalizão de movimentos sociais, liderados por empresários, lança estudo de boas práticas para a inclusão produtiva das juventudes

Evento realizado no último dia 20 de julho reuniu CEOs e executivos de grandes corporações engajados na promoção da empregabilidade e formação de jovens-potência, o grupo de brasileiros que mais perdeu emprego e renda durante a pandemia. 

A live “Inclusão produtiva jovem: o papel das empresas para transformar uma geração” marcou a história do ecossistema corporativo brasileiro. Realizado pela coalizão GOYN SP (Global Opportunity Youth Network São Paulo), 1MiO (Um Milhão de Oportunidades), Pacto Coletivo pelos Jovens e Jovens do Brasil, o evento reuniu em um só dia as lideranças das maiores corporações do País com o objetivo de lançar o estudo “Empresas potentes: boas práticas na inclusão de jovens-potência”, que analisa os processos de recrutamento, seleção e manutenção de jovens nos quadros de colaboradores de empresas-potência, compartilhando orientações, recomendações e pontos de atenção para qualquer corporação que queira implementar ou revistar suas políticas de inclusão de jovens nas suas equipes.

O estudo, que tem sido pauta dos grandes veículos de comunicação, é um guia de boas práticas produzido pela parceria GOYN SP e Accenture Brasil, que recebeu o apoio e as contribuições das instituições representadas no lançamento.

Apresentado no evento por Fagner Lima, Designer de Serviços da Fjord/Accenture Brasil, o estudo ouviu, de um lado, as “dores” dos Recursos Humanos (RHs) na hora de contratar jovens-potência para os postos de entrada nas corporações. Do outro lado, escutou as expectativas e necessidades das juventudes antes e depois da contratação.

O estudo se aprofundou na literatura sobre o tema, especialmente no conhecimento já construído pelo GOYN SP, utilizou entrevistas e grupos focais com equipes de RHs, com gestores que atuam com os jovens nas empresas e com os próprios jovens. O conteúdo foi analisado e validado pelas organizações que compõem a rede GOYN SP.

“Vimos que o melhor jeito de compartilhar as boas práticas e os aprendizados é por meio de uma jornada, que apresente o percurso, sem ser uma receita pronta. Ela é orientadora e inspiradora, trazendo ações e indicações quem pode ajudar na sua implementação”, explicou Fagner.

O estudo reúne, também, cases de corporações que assumiram o compromisso de incluir, formar e promover a ascensão dos jovens, com exemplos concretos para cada etapa da jornada das juventudes nas empresas: PwC, Coca Cola Brasil, Funcional Health Tech, Itaú e Magalu.

Além disso, para as companhias que não se veem em condições de fazer um processo mais amplo para a inclusão produtiva jovem, o estudo propõe ações mínimas e viáveis que podem ser adotadas por quaisquer empresas.

“O maior aprendizado trazido pelo estudo é que a inclusão dos jovens é uma atividade coletiva e não individual da companhia. Uma ação que deve se somar às ações que já existem no terceiro setor, no poder público, potencializando o alcance e a efetividade da corporação. Compartilhar essas práticas é uma maneira de inspirar novas ações, efetivar parcerias e fomentar esse ecossistema”, concluiu Fagner.

Muito além de marcas e negócios

A coalizão de diferentes movimentos voltados à inclusão produtiva das juventudes, que contam com a participação ativa dos C-levels das corporações, é um exemplo claro de como a urgência dessa pauta precisa de ações coletivas e colaborativas para avançar na velocidade necessária. 

Como bem pontuou a mediadora da live, Isabelle Christina, jovem negra da periferia, que superou diferentes desafios para conquistar seu espaço na Oracle, o papel das empresas é crucial para reverter o atual e desolador cenário: “Atualmente temos 27,1% dos jovens brasileiros desempregados e 1 em cada 4 jovens gostaria de trabalhar, mas não consegue, deixando de procurar uma colocação, segundo o Atlas das Juventudes. Quase metade dos 50 milhões de jovens de 15 a 29 anos quer deixar o País por falta de perspectivas”, pontuou a jovem-potência. Isabelle também ressaltou: “Ao mesmo tempo em que vivemos essa realidade, temos agora a maior chance de revertê-la. Se a gente olhar para nações como Japão e Coreia do Sul, que também viveram o boom demográfico… Nessa fase eles incentivaram os jovens a produzir tecnologia, inovação e assim chegaram aonde estão hoje. O Brasil está perdendo a oportunidade de ser uma grande potência.”

Para Juliana Azevedo, Presidente da P&G Brasil e do Conselho Deliberativo da United Way Brasil, “quando falamos da inclusão produtiva dos jovens, estamos falando de formação, de uma agenda digital de educação e profissional, que precisa ser reciclada, de condições de emprego e de empreendedorismo. E a gente pode atuar mais rápido se alavancar o que já está sendo feito pela empresa A ou B. O desafio é grande, a urgência é enorme, mas juntos podemos mudar essa realidade. Podemos fortalecer a potência desses jovens maravilhosos que estão aí para ajudar a construir o nosso país.”

“Nós não precisamos dar o valor, porque o jovem já tem o seu valor. Nós temos de gerar e fomentar oportunidades. E é através da oportunidade gerada pelo gestor, pelo líder que vamos inspirar nossos times. Se não diversificarmos o pensamento, nós não inovamos, não transformamos. Precisamos ter essa consciência de que juntos vamos mais longe”, reforçou Rachel Maia, Founder e Ceo @RM Consulting e Presidente do Conselho Consultivo do Unicef.

Julio Campos, Presidente da Unilever Marketplace América Latina e fundador do Movimento Jovens do Brasil, lembrou que as lideranças precisam usar suas influências para fazer a diferença. “As pessoas que estão aqui transcendem suas posições nos negócios. São brasileiros que querem transformar a realidade. Somos como plantadores de tâmara, que precisa de 80 anos para dar frutos. Talvez a gente não veja tudo realizado, mas, definitivamente, estamos atuando para que nossos filhos e netos possam ter um mundo melhor para viver.”

O papel das corporações vai muito além de contratar os jovens, segundo Pedro Massa, VP, General Manager Coca Cola Brasil e Conselheiro do Instituto Coca Cola Brasil: “Precisamos vencer barreiras de entrada, muitas oportunidades não chegam à população com menor renda e há ainda muita discriminação de grupos sociais em processos de seleção. O papel da liderança é crucial nesse sentido. Além de abrir portas, são necessárias ações de engajamento da força de trabalho atual, para que o ambiente profissional e de educação não seja hostil e possa acolher, de fato, o jovem.”

No evento, a coalização também lançou a Comunidade de Práticas, apresentada por Thiago Reis, diretor de criação no Zuma. A comunidade é um espaço aberto no Linkedin para trocas, reflexões e experiências bem-sucedidas sobre a inclusão produtiva das juventudes para que jovens, empresas, organizações e pessoas interessadas no tema possam ter acesso, também, a estudos, pesquisas e documentos inspiradores. Clique aqui, navegue e faça parte dessa comunidade, que já conta com 90 corporações participantes. 

Confira, na íntegra, o evento de lançamento do estudo e da comunidade de práticas: https://www.youtube.com/watch?v=oyEEGQ9PqVg 

O GOYN SP é uma coalizão que tem o propósito de incluir produtivamente 100 mil jovens de São Paulo até 2030 e impactar a vida dos mais de 700 mil jovens-potência da cidade. Conta com as seguintes organizações parceiras: Accenture, The Aspen Institute, Catholic Relief Services, GDI – Global Development Incubator, Prudential, United Way Brasil​, Youth Build, Fundação Arymax, Fundação Tide Setubal, Em Movimento, Fundação Telefônica Vivo, Instituto Coca-Cola Brasil, Itaú Educação e Trabalho, FIESP, Vocação.