Gente que Faz: Luis Bullrich, diretor interino da UWB

Existem mais de 2,5 milhões de Voluntários da United Way Worldwide espalhados pelas regiões: América Latina, EUA, Europa e Oriente Médio, Ásia- Pacífico, África e Caribe. Pessoas de diferentes culturas, mas, todas com um propósito em comum: melhorar a vida de crianças e jovens.

Diretor de Relações com Investidores da United Way América Latina, Luis Bullrich, que está à frente da United Way Brasil como Diretor Interino, tem sob sua gestão a United Ways de 11 países.

Em entrevista a UWB, Luis fala sobre as particularidades de cada cultura e sobre o movimento United Way Worldwide, considerado o maior de filantropia do mundo.

Na América Latina, a United Way está presente na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Peru, Venezuela. A partir de diferentes perspectivas, como avaliamos o nosso progresso como um movimento global?
Em 2013, as Uniteds Ways da América Latina cresceram em torno de 8% e para 2014, as perspectivas são muito boas. São números que refletem a importância de continuarmos oferecendo propostas inovadoras para solucionar os problemas da comunidade. Estarmos conectados a uma rede global possibilita a troca de boas práticas e experiências que permitem uma maior aprendizagem e reduzem o tempo de resposta para as necessidades da comunidade, inovando permanentemente.

Para empresa que atua socialmente em larga escala na América Latina, como a United Way Brasil pode ser um parceiro estratégico no relacionamento com a comunidade?
A conexão com a diversidade cultural é um valor da rede United Way. É a oportunidade de estabelecermos diretrizes e princípios alinhados aos valores e atuação social da empresa em nível global.

Você acredita que, entre as particularidades do Brasil, está o engajamento das empresas no desenvolvimento de ações voluntárias?
Nos últimos anos, as empresas no Brasil têm solicitado cada vez mais atividades inovadoras de voluntariado e exigem uma execução com muito profissionalismo. Acredito que a United Way Brasil está muito próxima a esse cenário no desenvolvimento de projetos que valorizam o conhecimento e a expertise do voluntário para ampliar as oportunidades profissionais dos jovens de baixa renda. A Mentoria, por exemplo, é um projeto de muito êxito, que foi replicado para vários países da América Latina. Os brasileiros são muito engajados em causas sociais, portanto, acredito que é fundamental incentivar a participação de todos por meio de diferentes atividades, seja recreativas, manuais, que utilizem da expertise ou do conhecimento.

E qual o papel e importância do Voluntário para o resultado positivo do projeto?
A United Way instiga os voluntários a fazerem parte da solução dos problemas das comunidades. Desta forma, eles entendem a importância e o destino dos recursos financeiros.

Em relação à doação individual financeira, como é a nossa cultura em relação a outros países da América Latina?
Os brasileiros são muito comprometidos em contribuir com recursos financeiros para iniciativas sociais e a transparência e eficiência na prestação de contas são fatores fundamentais para os doadores. Por isso, a United Way Brasil está empenhada em desenvolver ações que ampliem o seu relacionamento com os investidores.

Entre os nossos projetos, está o ‘Escuta das Crianças’, que será implantado em abril por meio da metodologia do Community Conversations desenvolvida pela United Way Worldwide. Qual a importância de manter a escuta ativa com a comunidade?
Esta nova forma de escutar a comunidade é uma forma de se apropriar da iniciativa, entendendo a necessidade real dessa comunidade de maneira que possamos buscar diferentes atores para diferentes soluções.

Quais são os resultados esperados para a United Way Brasil?
As expectativas são muitas e ambiciosas. É ano de consolidação dos programas e de uma boa equipe de trabalho. Estamos focados em consolidar a relação com as empresas parceiras atuais e aumentar significativamente a quantidade de doadores e de voluntários. O desafio é melhorar a comunicação com todos os stakeholders e se posicionar no setor corporativo como uma organização sólida que pode oferecer soluções para os problemas das comunidades e das empresas, no aspecto social.